TIPO : DEBATE PÚBLICO
Da Comissão Especial instituída pela Resolução nº 1367/2017
REALIZADA EM 10/31/2017
Íntegra Debate Público :
DEBATE PÚBLICO REALIZADO EM 31 DE OUTUBRO DE 2017
(Protagonistas de valor – mulheres de lutas, inspirações e negócios)
Presidência do Sr. Vereador Cláudio Castro.
Às dezoito horas e quarenta e oito minutos, no Plenário Teotônio Villela, sob a Presidência do Sr. Vereador Cláudio Castro, tem início o Debate Público da Comissão Especial instituída pela Resolução nº 1367/2017, com a finalidade de promover estudos, debates, seminários, acerca do empreendedorismo no Município do Rio de Janeiro, especialmente quanto às iniciativas para a terceira idade, juventude, pessoa com deficiência e com necessidade de recolocação no mercado de trabalho, com o tema “Protagonistas de valor – mulheres de lutas, inspirações e negócios”.
O SR. PRESIDENTE (CLÁUDIO CASTRO) – Boa noite a todos e a todas. Nos termos do Precedente Regimental nº 43/2007, persistindo a falta de quórum para abrir os trabalhos, declaro que não haverá Audiência Pública convocada pela Comissão Especial instituída pela Resolução nº 1367/2017, com a finalidade de promover estudos, debates, seminários, acerca do empreendedorismo no Município do Rio de Janeiro, especialmente quanto às iniciativas para a terceira idade, juventude, pessoa com deficiência e com necessidade de recolocação no mercado de trabalho. No entanto, realizaremos, sob a minha Presidência, um Debate Público.
Declaro aberto o Debate Público com o tema “Protagonistas de valor – mulheres de lutas, inspirações e negócios”.
Solicito ao Cerimonial da Câmara Municipal do Rio de Janeiro que conduza à Mesa Diretora as personalidades que irão constituí-la.
(As personalidades são conduzidas ao recinto da Mesa)
O SR. PRESIDENTE (CLÁUDIO CASTRO) – A Mesa está assim constituída: Excelentíssimo Senhor Vereador Cláudio Castro, Presidente da Comissão; Excelentíssimo Senhor Vereador Zico Bacana, Relator; Senhora Subsecretária de Desenvolvimento, Trabalho e Inovação, Ana Karina Godoy; Senhora Presidente da Associação de Mulheres e Profissionais de Negócios (BPW-RJ), Patrícia Cáceres; Senhora Diretora da empresa Altas Ideias, empreendedora e palestrante do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Cristiane Goulart; e Senhora Marceli Jordão, empresária com formação em gestão de negócios.
Muito obrigado pela presença de todos. É uma alegria. Que possamos fazer este Debate Público hoje, no último dia do mês de outubro, que é conhecido por todos pelo Outubro Rosa, pela luta, pelo combate ao câncer de mama.
Agradeço também à Comissão Especial sobre empreendedorismo. Hoje, por meio deste Debate Público, nós damos continuidade aos trabalhos que estamos fazendo sobre o empreendedor, com a intenção de fazermos um Plano Municipal do Empreendedorismo, com o qual, nos próximos 10 anos, nós poderemos transformar a Cidade do Rio de Janeiro em uma Cidade empreendedora. Então, é uma alegria. Quero agradecer a todos e a todas por estarem aqui!
Recebemos mensagem de congratulações do Senhor Vereador Jones Moura.
Começaremos, então, pelas falas da nossa Mesa. Acho que 10 minutos é um tempo bem razoável. Nosso querido amigo Vereador Zico Bacana tem compromisso, então darei a palavra logo para ele, agradecendo muito a presença do Vereador e Relator da Comissão Especial sobre empreendedorismo. Agradeço ao nobre Vereador Zico Bacana.
O SR. VEREADOR ZICO BACANA – Obrigado. Excelentíssimo Vereador, Presidente, meu amigo Cláudio Castro. Parabenizo o Senhor, mais uma vez, por essa iniciativa beneficente, maravilhosa, por esse serviço que vem sendo prestado por vocês, principalmente mulheres. Também quero saudar a Senhora Subsecretária de Desenvolvimento, Trabalho e Inovação, Ana Karina Godoy; a Senhora Presidente da Associação de Mulheres e Profissionais de Negócios (BPW-RJ), Patrícia Cáceres; a Senhora Diretora da empresa Altas Ideias, empreendedora e palestrante do SEBRAE, Cristiane Goulart; a Senhora Marceli Jordão, empresária com formação em gestão de negócios. Boa noite a todas. Agradeço a presença de todas aqui presentes.
Fico muito feliz em estar aqui e dialogar com todas vocês sobre esse importante tema que é o empreendedorismo feminino. Empreendedorismo feminino pode ser considerado como qualquer ação empreendedora realizada especialmente por mulheres. Quando falamos em empreendedorismo, muitas vezes limitamos nosso pensamento às grandes empresas e projetos, mas é importante compreender que ele vai muito além disso, afinal, mais do que apenas ter o próprio negócio é lucrar com ele.
O empreendedorismo feminino empodera, dá mais espaço e visibilidade à mulher. Impacta positivamente as comunidades e oferece uma nova perspectiva para quem realmente precisa. A mulher que produz sabão com suas filhas para vender em seu bairro é uma empreendedora. Aquela que faz salgados e bolos por encomenda e é conhecida em toda a comunidade é uma empreendedora. A que tem uma lojinha de artesanato, faz bordados e pintura também.
Cada vez mais, mulheres têm se lançado como empreendedoras no País. O caminho do negócio próprio é umas das alternativas para aumentar o rendimento ou pode até mesmo se tornar a principal fonte de renda. No passado, a mulher empreendia apenas como forma de complemento da renda familiar. Hoje, as mulheres estão se perpetuando como empresárias de sucesso, sem espaço para o amadorismo. Nos últimos 14 anos, o número de empresárias subiu 34%, segundo o SEBRAE. Em 2014, o País tinha 7,9 milhões de empresárias.
Precisamos encorajar o empreendedorismo feminino. Precisamos, cada vez mais, empoderar as mulheres que, indiscutivelmente, têm um requisito que considero importantíssimo para o mundo corporativo: a versatilidade. Conhecer sobre o empreendedorismo feminino pode ser o primeiro passo para que mais mulheres se dediquem a essa atividade e transformem não só sua realidade, mas também a de muitas pessoas a seu redor.
Vejo o dia de hoje e o de ontem, as mais jovens que se encontram aqui e os amigos que se encontram presentes. Fico feliz de ter sido criado por uma família de boa índole. Não tive a oportunidade de ver os meus falecidos pais aqui, que Deus os tenha, mas com o tempo fui aprendendo a viver com cada amigo, com cada sentimento, com cada cultura e com cada ideologia.
Sempre pensei positivamente. No início de minha vida, queria ser um jogador de futebol. Infelizmente, não deu. Tenho o apelido de Zico, coloquei Bacana justamente para diferenciar do meu amigo, nobre Vereador Zico, desta Casa também. Meu pai era mecânico. Aprendi mecânica, que também é uma profissão e uma forma de empreender. Deus me deu forças para hoje estar aqui alavancando a minha gestão, a minha postura e o meu desenvolvimento como parlamentar, representando o povo da melhor forma.
Acredito que cada uma de vocês, mulheres que estão aqui, que são mães e filhas – há jovens aqui –, estão pleiteando um futuro bem melhor, maravilhoso. Com certeza, não se limitem em seus conhecimentos, no que vocês proporcionam para seus lares, para seus filhos, para seus esposos, para o seu império, porque todos nós almejamos melhorias e benefícios. Aquele que quer criar, que quer manter, que quer ter evolução não é aquele que quer passar alguém pra trás e, sim, aquele que quer melhorar de vida. Deposito em cada uma de vocês essa missão, porque acredito que todas são capacitadas. Parabenizo todos vocês que estão aqui e o nobre Vereador.
Uma boa noite a todos e obrigado!
(PALMAS)
O SR. PRESIDENTE (CLÁUDIO CASTRO) – Com a palavra, a Senhora Subsecretária de Desenvolvimento, Trabalho e Inovação, Ana Karina Godoy.
A SRA. ANA KARINA GODOY – Boa noite.
Gostaria de agradecer ao Presidente, Excelentíssimo Senhor Vereador Cláudio Castro, pelo convite; ao Excelentíssimo Senhor Vereador Zico Bacana, por integrar a Mesa e por ter usado tão belas palavras sobre as mulheres; à Senhora Presidente da Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais, Patrícia Cáceres, que eu já conhecia antes, de um movimento de mulheres empresárias, e foi um grato prazer vê-la à Mesa. Parabéns. Ela realmente é uma expoente das mulheres empresárias. Agradeço também à Senhora Diretora da empresa Altas Ideias, empreendedora e palestrante do SEBRAE, Cristiane Goulart, que conheci aqui e já fiquei deslumbrada na antessala; e a Senhora Marceli Jordão, empresária com formação em Gestão de Negócios.
Estou aqui representando hoje a Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Emprego e Inovação, da Secretária Clarissa Garotinho. Essa Secretaria é uma fusão de três secretarias. A de Desenvolvimento Econômico, que tinha alguns projetos na área de empreendedorismo solidário, como o Rio Ecosol – e houve uma feira aqui na frente, houve um grande festival de economia solidária, composto, na sua maior parte, por mulheres que desenvolvem trabalhos solidários e dividem os sabores e dissabores da vida empresarial. É um primeiro passo para você entrar no mercado de trabalho. Eles são beneficiados pela Prefeitura, que não cobra TUAP (Taxa de Uso de Área Pública) para eles poderem trabalhar em feiras organizadas e eles têm que desenvolver o próprio produto. Então, primeiro, o desenvolvimento vem do desenvolvimento econômico solidário, do qual já temos uma vertente grande: a das mulheres.
O “emprego” é da Secretaria de Trabalho e Emprego, a nossa origem, cuja maior pedida é a parte de capacitação. Por isso, a Secretaria fez um lançamento ontem. Houve a aula magna para 800 alunos que foram cadastrados nos postos de trabalho, a partir dos 16 anos de idade, sem idade limite, para inclusão no sistema. Foi uma parceria com o sistema S, com o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), num primeiro momento, mas o próximo passo vai ser uma parceria com o SENAI CETIQT (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil), com cursos mais voltados para a área feminina, de produção têxtil, que tem uma “pegada mais de mulherzinha”, pode-se assim dizer; mas não, é a parte que a gente gosta.
Nesse primeiro momento, incrivelmente, mesmo para a área de produção, o SENAI, que estava oferecendo vagas para auxiliar de almoxarife, auxiliar de produção, auxiliar de gestão… Mais de 50% do pessoal que se apresentou para as vagas de emprego eram mulheres. Então, a gente já mostra que a força produtiva feminina está muito além de ser dona de casa. Hoje, ela está disputando mercado de verdade com os homens. E não só isso, as mulheres estão se capacitando mais hoje do que os homens. Então, a procura de mulheres para o programa Oficinas para o Emprego foi muito forte. O Prefeito anunciou que haverá 3.000 vagas no ano que vem para esse programa, e a gente vai ampliar o nosso convênio com o SENAI, SESC (Serviço Social do Comércio) e SENAI CETIQT.
Depois vem a “inovação”, que é a antiga Secretaria de Ciência e Tecnologia, que foi abrangida pela nossa Secretaria. E o piloto, o carro-chefe, são as naves do conhecimento. Antigamente as naves do conhecimento trabalhavam mais para difundir a cultura da internet, dar acesso à internet para as comunidades, mas hoje em dia, com aplicativo e celular, todo mundo tem acesso no celular. As pessoas ainda procuram a nave para acessar o wi-fi, mas a grande inovação nessa área das naves do conhecimento foi a vertente para o empreendedorismo e para os games, porque nós entendemos que os games, hoje, são um mercado de trabalho, disputam com o cinema. Hoje em dia, gira um dos maiores orçamentos mundiais; e o Brasil é o quarto maior consumidor mundial de games.
Assim, achamos que tem um nicho que não foi explorado no Brasil e que devemos fomentá-lo. Nas naves do conhecimento hoje, nós temos cursos de design de games, desde a parte de codificação até a parte de desenho à mão livre mesmo e transformá-lo para o computador. Um videogame não é só um videogame, ele não aparece ali do nada, alguém tem que fazer o roteiro da música, o roteiro da historinha, fazer a programação. Ele é a junção de vários tipos de profissionais.
Então, temos a parte de games, hoje, nas naves, além dos cursos que já serviam, como o curso da Cisco, que se fosse no valor de mercado, seria um curso caríssimo. Temos parceria com a Cisco e ela dá esse curso de graça, sem custo para a Prefeitura. Inclusive, em outubro a gente fez eventos do Outubro Rosa em todas as naves do conhecimento, visando atingir o público feminino que também demanda grande parte das nossas aulas. Não posso dizer com garantia de números, mas está beirando os 50%. As mulheres são muito ativas nas naves e também em levarem seus filhos para as naves do conhecimento. Então, hoje, elas têm voz ativa em casa e já levam os filhos para que eles estejam incluídos nessa nova era digital, que é a nova economia.
A Secretaria, por fim, tem o Projeto do Porto que vem para a Câmara. E o Projeto do Porto visa incrementar a região do Porto na área de tecnologia. Espero que isso também sirva para que novos empreendimentos, especialmente na área do empreendimento feminino, sejam parte da Cidade e que o Centro da Cidade seja menos masculinizado e mais feminilizado.
Muito obrigada. Parabenizo a todas as mulheres aqui presentes, agradeço o convite e estou aberta a perguntas ao final.
O SR. PRESIDENTE (CLÁUDIO CASTRO) – Muito obrigado, Subsecretária. Realmente, a mulher ainda tem uma função dupla, ela pode ser empreendedora e pode ser uma incentivadora de empreendedores. Então, a função da mulher e a possibilidade da mulher é muito maior mesmo, é um campo muito vasto para ser trabalhado. Muito obrigado mesmo.
Gente, quem quiser fazer uso da palavra já pode se inscrever ali com o pessoal do cerimonial. Coloca o nome ali que depois a gente vai abrir para que as pessoas façam uso da Tribuna.
Queria, então, convidar para fazer uso da palavra minha amiga, a queridíssima Presidente da Associação de Mulheres e Profissionais de Negócios, Patrícia Cáceres, fonoaudióloga, preparadora vocal e tantas outras coisas. Mulher multiuso. Patrícia Cáceres, por favor.
A SRA. PATRÍCIA CÁCERES – Uma honra, Excelentíssimo Vereador Cláudio Castro, que preside esta Comissão sobre empreendedorismo na Câmara e que tem esse trabalho missionário maravilhoso, em prol da juventude, da pessoa com deficiência e do empreendedorismo.
Ele fala que eu tenho multicapacidades lá na Band, com a coluna Sua Voz na Escuta, preparando os jornalistas de lá, como fonoaudióloga, professora de oratória e presidindo a BPW–RJ, mas eu sei de muitas multicapacidades dele também. Eu sei que ele canta muito bem. O Vereador tem uma voz abençoada. Ele canta e encanta por onde ele passa. E encanta a todos nós por seu trabalho e por toda essa força que ele passa, porque, além da inteligência como Vereador e profissional, a gente sabe da grande inteligência espiritual que ele tem.
Hoje, a gente está aqui num Debate Público. Isso é uma grande honra, por que esta fala de diálogo, de troca, que não é só um discurso único de quem está passando a sua experiência e o seu conhecimento, traz uma inteligência muito maior. Assim, a gente consegue fazer esta química, este caldeirão de ideias, angústias e, com certeza, sugestões que vocês trazem para a gente. Numa mesa tão poderosa como esta, trazendo o Vereador e Relator Zico Bacana, outro político aqui falando sobre o empreendedorismo com a gente; a Subsecretária de Desenvolvimento, Trabalho e Inovação, Ana Karina Godoy, que também é uma profissional, é uma advogada – eu a conheci como uma profissional liberal que também trabalha essas competências da mulher de negócios. Nós nos conhecemos num evento de networking, de rede da mulher, que é tão importante para o empreendedorismo.
A gente sabe que o empoderamento da mulher é crucial, não só para a reputação das instituições que desenvolvem essa ideia, não só para a sustentabilidade, que traz um equilíbrio para o nosso mundo, mas também para a economia global. Essa Subsecretaria sabe que, trazendo diversidade, equilibrando o papel da mulher na liderança das empresas e da mulher como empresária, aumenta a economia.
O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a OIT (Organização Internacional do Trabalho) nos dizem que equipararmos a presença da mulher na liderança, conseguimos, pelo menos, aumentar 3,3% da economia no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. A ONU Mulheres (Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres) está em ressonância contra esta falta de fomentar o empreendedorismo e o protagonismo da mulher. Tem essa missão e esse foco de, até 2030, conseguir essa meta de 50% de presença da mulher na liderança das empresas. Muitas empresas são signatárias disso, não só para reputação e sustentabilidade, mas porque sabem que é importante para a economia global.
A gente ainda tem, no Brasil, segundo as últimas pesquisas do IPEA, 24% de defasagem do salário da mulher. E quando essa mulher entra no mercado mais desamparada, nessa faixa de mais de 40 anos, essa defasagem econômica aumenta ainda mais. Então, essa preocupação é de todos nós. Assim como há algumas barreiras para o empoderamento da mulher, que podem vir das próprias mulheres que tenham essa resistência, de muitas matriarcas antigas. Vocês sabem que algumas matriarcas da minha família dizem: “Você tem de arrumar um emprego”.
Quando a gente fala em empreendedorismo entra essa crença, não é? “Você tem de arrumar emprego”. Como se a pessoa só tivesse um emprego e uma dignidade no trabalho e na sociedade se tivesse um emprego formal. E muitas vezes esse empreendedorismo, que é uma saída natural, por oportunidade e até por necessidade dessa mulher, não é tão reconhecido na sua própria família e nem por ela mesma.
A gente tem, no Brasil, um aumento do empreendedorismo de 2016 para cá. Até por essa classificação nova que se está fazendo, da qual eu gosto muito: empreendedores nascentes e iniciais. Sobre as empreendedoras nascentes, talvez a Cris Goulart, que é uma palestrante do SEBRAE, que fomenta o empreendedorismo, que tem a empresa Altas Ideias, que traz para a gente uma possibilidade de franquia da mulher, possa nos explicar melhor isso, porque parece que as nascentes têm até três meses de negócio, não é Cris? E os novos empreendedores têm até 42 meses recebendo pró-labore e funcionários pagos. Os que chegam ao empreendedorismo por oportunidade ainda é um número maior: cerca de 15 milhões no Brasil. E, por necessidade, neste momento em que a gente tem uma dificuldade, um desafio de emprego formal, chega a 11 milhões.
É uma discussão interessante, porque entram muitas crenças. Algumas pesquisas internacionais falam sobre essas nascentes e crescentes empreendedoras mulheres, no Brasil e no mundo. A gente sabe que 2% das empresas femininas geram lucro ou têm essa receita de mais de R$ 1 milhão por ano. Um dos motivos que se diz é que existe um investimento desigual por parte das instituições financeiras para as empresas femininas. Menos de 10% dessas empresas lideradas por mulheres receberiam investimento externo para fomentar o resultado desse empreendedorismo e dessas empresas.
Mas quais são as verdadeiras barreiras, as barreiras reais e emocionais da mulher empreendedora? São reflexões interessantes para o nosso debate. Considero que não é apenas o sistema que a gente pode responsabilizar, já que aqui a gente está numa Casa de poder e de política, florida por mulheres e com vários homens de rosa, até com gravata rosa. Contei mais de cinco, Vereador Cláudio Castro. É o dia da delicadeza da mulher. O que impede? Existem barreiras internas dela, da mulher.
Eu presido a ONG (Organização Não Governamental) BPW Rio, que é uma associação internacional, presente em mais de 100 países. É uma rede de mais de 40 mil mulheres no mundo. E a gente agora, junto com a ONU Mulheres, está fazendo uma pesquisa que chama de vieses inconscientes, ou seja, as crenças limitadoras da própria mulher; e não apenas do sistema. Se ela não tem muito investimento de instituições financeiras para fomentar o seu negócio, será que ela precisa desenvolver mais a sua autoconfiança? Será que ela precisa saber negociar melhor ou se comunicar melhor? A gente precisa ver isso, os nossos vieses inconscientes. E a gente tem essa pesquisa na BPW Rio de Janeiro, que presido.
A gente traz para a consciência e para uma aliança intercultural, junto com o Consulado Geral do Canadá. A Cônsul-Geral do Canadá, Evelyne Coulombe, deixou um abraço aqui. Ela está vibrando muito com esse evento. Já com a ONU Mulheres, a gente faz esse questionário para investigar essas crenças, para, a partir daí, continuar nesse treinamento, nesse desenvolvimento e fortalecer a mulher nessas competências, para ter essa firmeza. Porque a gente sabe que a cultura empreendedora precisa de dinamismo, constância e coragem. Constância porque, no empreendedorismo